sábado, 9 de maio de 2009

Pesadelo de Cores.


Sabe aqueles dias que você acorda com vontade de fazer tudo que precisa fazer em um dia só? Uma necessidade de trabalhar o equivalente a 10 anos de sua vida em apenas um?
Hoje acordei assim, e ainda por cima tive um pesadelo muito louco, sonhei que conhecia uma criança do atol que jamais tinha saído de casa, nasceu com um tipo de cuidado especial dos pais que querem super protegê-la, uma criança com 7 anos de idade, que mora em uma ilha e que jamais tinha sentido a areia da praia! Era como se eu fosse um amigo e seu quarto era uma verdadeira bagunça, era mais que uma simples bagunça, eu sentia uma energia estranha de alguém que tava livre pra fazer o que queria dentro de um cubo com janelas e que seu mundo se resumia a um belo quadrado com vista para o mar, o chão do quarto era negro e seus brinquedos eram tantos que se confundiam com o chão, eu sentava em uma pilha de pelúcias e tentava motivar a criança a fazer algo novo ou encontrar uma saída pra romper a fronteira da sua casa, mas ela não sentia o menor interesse no que eu dizia, parecia até mesmo não entender minha língua, estava mais preocupada em me explicar pra que serve o brinquedo que eu segurava, olhei pela porta e percebi que de qualquer forma ela não se despertaria para passar pelo portão, pois na grande maioria das casas do atol, temos algum conforto, enormes 'telas de troca' que se não me engano por aí chamam de TV, temos também variadas frutas, verduras, doces, e uma infinidade de coisinhas que dão água na boca, tudo cultivado por nós e por setores específicos do atol, mas ali diante de mim estava uma criança que não fazia parte disso.
Sonhei com alguém preso no seu conforto, sem nunca ter visto um enorme peixe pulando, as grandes melancias saindo do chão ou as hortas molhadinhas de manhã cedo. Ela deveria sair, cair, se machucar de verdade, pular, correr, se perder e se conheçer melhor, então saberia pra que servem ao certo seus brinquedos, e que as suas cores são apenas uma imitação de tudo que tá lá fora. Então, assim que acordei disse a mim mesmo: - Vá para a rua criança, lá está seu verdadeiro mundo e suas verdadeiras cores.
Pela primeira vez, um pesadelo me fez acordar com vontade de correr atrás dos meus maiores sonhos... Essa noite eu tive um 'Pesadelo de Cores'.

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